segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

Mico Fedor

Contribuição do amigo Renê Müller, não para este blogue, mas ele certamente não vai reclamar:



"Jogador da Seleção Sub-20 da Venezuela, que atua no futebol espanhol, teria dificuldades para jogar em qualquer clube, 'galáctico' ou não, aqui no Brasil. O futebol dele não é o maior problema - até arrisca bem como volante. O caso está no nome do rapaz, Mico Fedor. Isso mesmo, a descendência húngara não ajudou na hora de traduzir o nome para o espanhol ou português. Mas certamente, para nós, resta o pior do candidato a craque, o apelido carinhoso de 'Micú'.

Cartaz apresentado por um torcedor mostrou o carinho da torcida com a promessa 'Arriba Micú', incentivava a mensagem. Definitivamente, seria difícil imaginar a narração esportiva envolvendo o venezuelano".

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

We'll be back

Já que a Megui escreveu também um comentário fazendo referência ao retrato aí do lado, na nota anterior, vai um esclarecimento que ninguém pediu. Trata-se de detalhe de uma foto feita pela colega Cris Fontinha durante uma festa de fim de ano com o pessoal do jornal A Notícia, onde trabalho. Depois de algumas cervejas, este que vos escreve aceitou pagar um mico no karaokê do bar - com um cara acompanhando no teclado ao vivo, nada desses videoquês - e sapecou "Garçom", do Reginaldo Rossi. Alguns meses antes disso, já havia pagado um King Kong na festa de casamento do amigo Gian, como vocalista d'Os The Ruins Brothers, banda praticamente intocável (não toca quase nunca) que tem o próprio Gian no baixo, Jefe na bateria e Rafa na guitarra. A novidade é que, um ano e meio depois dessa apresentação histórica, assassinando alguns rocks anos 80, a banda está de volta. Mais detalhes na Casa Proença, o blogue do Gian. Dia 26 de fevereiro, na Praia Grande, em Governador Celso Ramos.

We will rock the beach!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

Pastor, eu?

A amiga Juli Pereira me achou no Orkut e fez um comentário sobre a foto aí do lado, a mesma que está lá. "Tá pregando irmão?", foi a pergunta que ela fez. Não sei se a roupa, acho que mais provavelmente aquele microfone, projetou para a Juli uma imagem de pastor. Eu, ein? Mas até que parece mesmo. Mas o interessante do comentário é a idéia de que, mesmo numa piada, a imagem de um pastor evangélico possa ser resumida a um cara segurando um microfone. No fundo é isso mesmo. As igrejas neopetencostais - como a Universal, Assembléia de Deus e do Evangelho Quadrangular - atraem fiéis transformando os cultos em espetáculos, em que o pastor é cada vez mais parecido com um animador de auditório. Daí a importância dos meios eletrônicos de comunicação para essa igrejas. Tardiamente, uma parte da tradicional Católica Romana também percebeu isso e vem seguindo a mesma linha com o Movimento Carismático - o do Padre Marcelo. O microfone vai acabar tomando o lugar da cruz como símbolo cristão. E as emissoras de televisão, com suas torres no alto das colinas, serão as novas catedrais.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Novas conexões

Como prometido, caíram fora da lista de blogues aí do lado aqueles que andavam, como diz o pessoal da minha terra, "mais parados que água de poça". Não atualizou, dançou. Quem sabe eles se animam nos próximos dias e voltam à lista. Em compensação, tem gente nova na área. O Consultório do Tio César, blogue do colega César Valente especializado em jornalismo, entrou na categoria Água de Poça (AP) e foi substituído pelo Carta Aberta, que o mesmo autor define como "uma espécie de livro de crônicas". O mesmo destino teve o blogue do chargista e cartunista Zédassilva, substituído pelo infame Homem Chavão. Os blogues AP Dom Dalmoro e Fogo Fátuo, abandonados por seus criadores, dão lugar ao InternETC, de Cora Rónai, tão bom que precisa mesmo de espaço. A lista de fotologues também ganhou mais um linque, Algo Original, da amiga francesinha Lara Sabatier. A página faz jus ao nome. Elogios e reclamações a respeito das mudanças serão aceitos. As reclamações, naturalmente, não serão ouvidas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Fruta do pecado

Sei lá por que razão, sempre achei que a maçã citada na Bíblia não seria a melhor candidata a instrumento do pecado original. Foi só porque os profetas não viveram em terras tropicais. Veja só o texto que eu achei na edição de novembro da revista Nossa História, com informação extraída do livro Um herege vai ao paraíso , de Plínio Freire Gomes:



"O nome científico da banana é Musa paradisiaca . E, ao que parece, não à toa. Que o diga Pedro de Rates Henequim, português, filho de pai holandês, nascido em Lisboa no final do século XVII. No início do século seguinte, Henequim veio para o Brasil, passando muitos anos em Minas Gerais, onde desenvolveu interessantes teorias sobre a criação do mundo, sobre a Virgem Maria e sobre o Paraíso Terrestre. Interessantes para nós, não para a Inquisição. Dizia, entre outras coisas, que a Virgem era hermafrodita, que a língua falada pelos anjos era o português, que o Paraíso onde Deus criou Adão e Eva ficava no interior do Brasil e que o 'fruto da árvore da vida' mencionado no Gênesis era - pasmem - a banana. Foi preso pelos inquisidores e reduzido a cinzas em Lisboa, no dia 21 de junho de 1744."

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

As Ilhas

Reportagem assinada pelo colega Maurício Oliveira e publicada hoje no saite no mínimo conta a história de Anhatomirim, nos arredores de Florianópolis. A pequena ilha abriga um patrimônio histórico nacional, a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, construída pela coroa portuguesa entre 1739 e 1744 como primeira de um conjunto de fortalezas para defender a vila de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Instalada na vizinha Ilha de Santa Catarina, Desterro havia sido escolhida como capital da nova capitania de Santa Catarina, desmembrada de São Paulo. A vila tornou-se base estratégica para a ocupação portuguesa definitiva do Sul do Brasil. A região estava ameaçada pelo avanço dos espanhóis, que chegaram a tomar a capital de Santa Catarina por um ano, em 1777, até que o tratado de Santo Ildefonso estabeleceu os limites entre as duas potências ibéricas. Restaurada e transformada em museu, a fortaleza é hoje administrada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).



Mas a história que Maurício conta é outra. Em 1894, com o esmagamento da revolução federalista pelas forças do presidente Floriano Peixoto, Anhatomirim foi transformada em prisão e palco de fuzilamento de dezenas de rebeldes e membros da elite local acusados de colaboracionismo. Por quase dois anos, Desterro havia sido transformada em capital provisória dos rebeldes, que transferiram do Rio de Janeiro para a Ilha de Santa Catarina os principais navios de guerra da Marinha. Como a história é de quem vence, a Assembléia Legislativa aprovou após o conflito a mudança do nome da capital para Florianópolis, em homenagem ao marechal-presidente. Vez ou outra alguém murmura que a cidade deveria voltar a se chamar Desterro, com o argumento de que a mudança do nome, há mais de cem anos, foi uma humilhação. Mas a idéia nunca foi capaz em empolgar grande parte da população local e sofre resistência dos empresários ligados ao turismo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Tsunami atlântica

Não há dúvida de que o Brasil está cada vez mais parecido com o chamado Primeiro Mundo. Já temos furacões, tornados e, de acordo com estudiosos ingleses citados pelo jornal Independent, poderemos também contar com autênticas tsunamis. Não dessas ondinhas de dez metros que arrasaram alguns países pobres da Ásia, mas gigantes com 50 a 100 metros de altura. Artigo publicado no último dia 3 pelo conselheiro científico do governo britânico David King, defende que um fratura criada por uma erupção vulcânica nas Ilhas Canárias, em 1949, pode se tornar o epicentro de um grande maremoto. O vulcão Cumbre Vieja criou uma rachadura de 2 km na ilha de La Palma, fazendo com que um bloco de rocha com 500 bilhões de toneladas possa deslizar para o oceano. Esse desmoronamento provocaria tsunamis no Oceano Atlântico, bem maiores do que as verificadas recentemente no Índico. As ondas atingiriam o nordeste brasileiro em sete horas e a costa leste dos Estados Unidos em doze, lá com uma altura de 20 a 25 metros. O problema é que estudos geológicos não costumam ser muito precisos em relação ao tempo. King diz que o fenômeno poderia ocorrer a qualquer momento - nos próximos 10 mil anos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

Novos linques

A lista de amigos deste blogue acaba de ser aumentada. A partir de hoje, entram mais duas dicas. Entre os blogues recomendados está o Bagaceira, um saite muito bem feito, também especializado em bobageira - mais do que o Bobagera, admito. Os fotologues, que agora são dois, ganharam um destaque especial na lista de linques, com o acréscimo da bela página de fotos do amigo Gilberto Gonçalves, o Auto Focus. Continua valendo também uma visita às fotos da colega Cris Fontinha. A lista aí do lado só tem coisa boa, pode confiar. Novas dicas devem ser acrescentadas em breve. Já os preguiçosos que não atualizam suas páginas há muito tempo podem cair fora, mas vamos esperar um pouco mais, para ver se eles se animam.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

O dia depois de amanhã

É a segunda vez em menos de um ano que um fenômeno estranho relacionado a ventos fortes faz estragos no litoral sul de Santa Catarina. Dois tornados atigiram a cidade de Criciúma hoje à tarde e - não bastasse o rebaixamento do time local para a segunda divisão do Brasileiro de futebol - colocaram parte da cidade no chão. Não chega a ser algo inédito, mas normalmente esse ventos fortes em redemoinho na região ocorrem sobre o mar, formando as chamadas "trombas d'água", e não sobre a terra. O fenômeno é provocado por instabilidades termodinâmicas - movimentação de ar quente e ar frio - numa camada baixa da atmosfera.



Um dos tornados formando-se nos limites
de Criciúma, fotografado do centro da cidade.



No fim de março de 2004, o litoral sul catarinense foi atingido por um furacão que devastou a região, incluindo o extremo norte da costa do Rio Grande do Sul. Foi algo que jamais havia sido registrado no Atlântico Sul. Tão inédito que os técnicos dos órgãos de referência nacional em meteorologia (Inpe e Inmet) recusaram-se a acreditar nele mesmo depois de ter devastado a região com ventos constantes de 150 Km/h. Em nota conjunta publicada em 29 de março, classificaram o fenômeno como "híbrido", um cliclone extra-tropical (comum no oceano) que havia assumido características de um furacão ao aproximar-se da costa. Quatro dias antes, no entanto, centros de meteorologia norte-americanos (acostumados a esse tipo de evento) e locais (Epagri e Climaterra, em Santa Catarina), já alertavam para a chegada de um furacão. A diferença entre ciclone e furacão, no entanto, passou a ser uma discussão meramente técnica - e sem sentido para quem viu casas serem arrancadas do chão.




Foto do Catarina divulgada pela Nasa em 26 de março
de 2004, pouco antes do furacão atingir a costa.


Alterações climáticas, como a mudança da temperatura do oceano em decorrência do aquecimento global, podem ser responsáveis pelo aparecimento desses ventos incomuns. Mas isso é coisa para ser confirmada pelos estudiosos do assunto - daqui a vários anos, é claro. Para quem gosta de especular sobre a iminência de catástrofes naturais, no entanto, há argumento para uma teoria conspiratória climática, como no filme "O dia depois de amanhã".