sexta-feira, 29 de julho de 2005

Anima Mundi Web

Por falar em desenho, já estão disponíveis na rede as animações finalistas do Anima Mundi Web 2005, versão para rede de um dos principais festivais internacionais de animação, encerrado no último fim de semana em São Paulo e Rio de Janeiro. Na verdade, a partir deste ano, o festival digital do Anima Mundi dividiu-se em dois, com a criação de um concurso específico de animações para celulares. Na primeira versão desse concurso, foram 3.703 inscritos. O grande vencedor do Anima Mundi Celular 2005 foi Celulara, do brasileiro Andrei França, que levou o primeiro lugar na votação popular (via internet) e do júri profissional. No Anima Mundi Web, o primeiro lugar escolhido pelo júri de profissionais da área foi para a animação ficou com 3 penas e uma minhoca, de Igor Coric, da Sérvia-Montenegro. Na votação popular, ganhou O homem no metrô, do brasileiro Oswaldo Carrupt Machado. Todos os 20 finalistas dos dois concursos podem ser vistos no saite do Anima Mundi Web.

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Oscar dos quadrinhos



Essa é uma boa dica para quem gosta de histórias em quadrinhos. Acabam de serem divulgados os vencedores de The Web Cartoonists Choice Awards (Prêmio Escolha dos Catunistas na Rede), uma espécie de Oscar para os HQ divulgados na internet, em que a escolha é feita pelo voto dos próprios desenhistas. São cerca de 600 eleitores e qualquer pessoa que divulgue um HQ na rede pode votar. O grande vencedor foi Alpha Shade (imagem acima). Indicado para quatro prêmios, levou três, entre eles a melhor construção de cenários e melhor história longa. Mais detalhes sobre o prêmio na reportagem de Paulo André Vieira em no mínimo. Alpha Shade tem ainda a seu favor a tecnologia do saite, que permite ampliar as páginas e ver os esboços dos desenhos.

quarta-feira, 27 de julho de 2005

Outra vez

O Estadão está ficando especializado em notícias esdrúxulas. Depois do americano que morreu sodomizado por um cavalo num sítio dedicado à zoofilia e da morta atingida no velório por uma bala perdida, eles me saem com essa, na edição de hoje do saite:

Homem desdentado é flagrado furtando escovas


Ribeirão Preto - O servente de pedreiro Ednor Rodrigues, de 32 anos, foi preso em flagrante na noite de terça-feira após furtar sete escovas de dente do Supermercado Gimenes, em Ribeirão Preto.

Seguranças do mercado o detiveram no estacionamento logo após receberem a informação de que o furto das escovas teria sido flagrado pelas câmeras internas de monitoramento.

Rodrigues, que era procurado pela polícia por furto, foi levado ao 2º Plantão Policial por PMs. No registro do boletim de ocorrência, Rodrigues informou que nem sabia o que faria com as escovas, já que não possui os dentes inferiores. Ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP).

terça-feira, 26 de julho de 2005

Surreal

Notícia publicada hoje no saite do Estadão dispensa qualquer comentário:

Corpo sendo velado é vítima de bala perdida no Rio

Rio de Janeiro - Clenilda da Silva, de 50 anos, foi atingida por uma bala perdida na tarde desta terça-feira, no bairro do Catumbi, zona norte do Rio. Detalhe: dona Clenilda já estava falecida e tinha seu corpo sendo velado no cemitério São Francisco de Paula no momento do incidente. "É um fato inédito. O cemitério existe há 150 anos e foi a primeira vez que alguém morreu duas vezes. É mole? A gente vive numa cidade surreal", disse Elinaldo Manoel da Silva, que trabalha no setor administrativo do cemitério.

Nem morto tem sossego.

segunda-feira, 25 de julho de 2005

Metástase

Recomendo a leitura do breve artigo de Ricardo Kotscho na edição de hoje do saite no mínimo, sobre os tristes tempos em que vive o Brasil. Discordo ligeiramente do jornalista. Para Kotscho - embora ele não diga explicitamente isso -, a corrupção e a falta de princípios éticos parecem ser um câncer que já se espalhoupela sociedade brasileira, a partir de seus políticos. Concordo em parte, mas acredito que o caminho do mal é inverso. É a partir de uma sociedade aética que as células cancerosas se alimentam e se multiplicam na política. Em palestra à minha turma do curso de História, na segunda fase, um comerciante local, iraniano de nascimento, disse que gostava muito do Brasil, exceto por uma coisa: muitas pessoas não têm palavra.

Em tempos em que se fala na imprensa de reforma política, para corrigir o problema por cima, sou mais tentado a concordar com o sociólogo mexicano Guillermo Cumachero, em entrevista para o caderno de fim de semana do jornal Valor (Eu&, 15, 16 e 17 de julho de 2005, páginas 4 e 5, "O 'x' da reforma"): "para Cumachero, o que os eleitores latinos necessitam não é mudar obrigatoriamente sistemas eleitorais para enfrentar crises. Ou combater corrupção. 'É avançar como povos educados que, além de votar, peçam contas aos eleitos para fortalecer cada uma de suas instituições', conclui". Quem ainda tiver saco para ler algo sobre porque nosso país não funciona direito, recomendo que leiam a entrevista que fiz com o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, publicada no jornal A Notícia, no mesmo fim de semana em que saiu a matéria do Valor (17 de julho, domingo): "Educação precisa ser uma política de Estado".

sábado, 16 de julho de 2005

Mensalão

Procuro não comentar o que todo mundo está de saco cheio de ouvir, mas vou abrir uma excessão - afinal, o blogue é meu e escrevo o que eu quiser. O caso do mensalão, denúncia apresentada pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que o PT pagava mesadas de R$ 30 mil em dinheiro vivo para comprar votos favoráveis ao governo do Congresso, parece que está começando a se esclarecer. Sempre achei que alguma coisa não fazia muito sentido. Afinal, é muita bandeira pagar deputados com dinheiro em malas, quando o governo dispõe de uma poderosa máquina capaz de oferecer favores muito mais rentosos e de maneira mais discreta. Com as últimas declarações do publicitário Marcos Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares - este último em depoimento espontâneo ao Ministério Público - as coisas começam a fazer algum sentido.

Valério teria repassado R$ 20 milhões ao PT para saldar dívidas de campanha eleitoral. O dinheiro gasto pelo PT nas campanhas foi obtido por doações não declaradas à Justiça Eleitoral - o conhecido caixa dois - e por isso a necessidade de uma forcinha também por fora para saldar tais dívidas. O dinheiro repassado ao PT por Marcos Valério seria um "empréstimo" segundo os dois, mas eles mesmos admitem que o partido não ressarciu o empresário. Ao que parece, Valério foi ressarcido de outras formas, com a prorrogação e sobrevalorização de contratos com empresas estatais. De qualquer forma, trata-se de corrupção. Há indícios ainda de que o empresário já tinha know-how nesse tipo de operação desde a era FHC. O governo do tucano Aécio Neves, em Minas Gerais, contratou as empresas de Valério até sem licitação.

Quem é vivo sempre aparece

Estamos de volta depois de uma longa temporada sem escrever no Bobagera. Sabe como é, a gente sempre arruma uma desculpa para não dizer que é preguiça. Antes era falta de tempo, depois excesso (tava precisando descansar). Agora vamos retomar o ritmo. Sem prometer nada, é claro.