Recomendo a leitura do breve artigo de Ricardo Kotscho na edição de hoje do saite no mínimo, sobre os tristes tempos em que vive o Brasil. Discordo ligeiramente do jornalista. Para Kotscho - embora ele não diga explicitamente isso -, a corrupção e a falta de princípios éticos parecem ser um câncer que já se espalhoupela sociedade brasileira, a partir de seus políticos. Concordo em parte, mas acredito que o caminho do mal é inverso. É a partir de uma sociedade aética que as células cancerosas se alimentam e se multiplicam na política. Em palestra à minha turma do curso de História, na segunda fase, um comerciante local, iraniano de nascimento, disse que gostava muito do Brasil, exceto por uma coisa: muitas pessoas não têm palavra.
Em tempos em que se fala na imprensa de reforma política, para corrigir o problema por cima, sou mais tentado a concordar com o sociólogo mexicano Guillermo Cumachero, em entrevista para o caderno de fim de semana do jornal Valor (Eu&, 15, 16 e 17 de julho de 2005, páginas 4 e 5, "O 'x' da reforma"): "para Cumachero, o que os eleitores latinos necessitam não é mudar obrigatoriamente sistemas eleitorais para enfrentar crises. Ou combater corrupção. 'É avançar como povos educados que, além de votar, peçam contas aos eleitos para fortalecer cada uma de suas instituições', conclui". Quem ainda tiver saco para ler algo sobre porque nosso país não funciona direito, recomendo que leiam a entrevista que fiz com o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, publicada no jornal A Notícia, no mesmo fim de semana em que saiu a matéria do Valor (17 de julho, domingo): "Educação precisa ser uma política de Estado".
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