terça-feira, 11 de janeiro de 2005

As Ilhas

Reportagem assinada pelo colega Maurício Oliveira e publicada hoje no saite no mínimo conta a história de Anhatomirim, nos arredores de Florianópolis. A pequena ilha abriga um patrimônio histórico nacional, a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, construída pela coroa portuguesa entre 1739 e 1744 como primeira de um conjunto de fortalezas para defender a vila de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Instalada na vizinha Ilha de Santa Catarina, Desterro havia sido escolhida como capital da nova capitania de Santa Catarina, desmembrada de São Paulo. A vila tornou-se base estratégica para a ocupação portuguesa definitiva do Sul do Brasil. A região estava ameaçada pelo avanço dos espanhóis, que chegaram a tomar a capital de Santa Catarina por um ano, em 1777, até que o tratado de Santo Ildefonso estabeleceu os limites entre as duas potências ibéricas. Restaurada e transformada em museu, a fortaleza é hoje administrada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).



Mas a história que Maurício conta é outra. Em 1894, com o esmagamento da revolução federalista pelas forças do presidente Floriano Peixoto, Anhatomirim foi transformada em prisão e palco de fuzilamento de dezenas de rebeldes e membros da elite local acusados de colaboracionismo. Por quase dois anos, Desterro havia sido transformada em capital provisória dos rebeldes, que transferiram do Rio de Janeiro para a Ilha de Santa Catarina os principais navios de guerra da Marinha. Como a história é de quem vence, a Assembléia Legislativa aprovou após o conflito a mudança do nome da capital para Florianópolis, em homenagem ao marechal-presidente. Vez ou outra alguém murmura que a cidade deveria voltar a se chamar Desterro, com o argumento de que a mudança do nome, há mais de cem anos, foi uma humilhação. Mas a idéia nunca foi capaz em empolgar grande parte da população local e sofre resistência dos empresários ligados ao turismo.

2 comentários:

Anonymous disse...

Depois da citação gloriosa no Bobagera já posso me aposentar. Abração. Maurício

Alice disse...

Adorei a história!
Que visual essa ilha hein!!
beijos!!