quinta-feira, 31 de março de 2005
Próstata
Impedível o texto do repórter Biaggio Talento (sobrenome bom esse, ein?) divulgado ontem pela Agência Estado e publicado nos jornais de hoje. Veja o que aprontou o nobre representante do povo baiano: Petista discursa contra exame de próstata que o fez ver estrelas. Durante 25 minutos, Sargento Isidório do PT usou a tribuna para detalhar o exame, reclamar da rudeza do médico, além de confessar que se sentiu "deflorado".
quarta-feira, 30 de março de 2005
Big Brother de novo
A propósito da nota anterior, o Estadão e todos os outros jornais deram destaque ao assunto hoje.
terça-feira, 29 de março de 2005
Big Brother
Enquetes realizadas por meios de comunicação, exceto quando são pesquisas realizadas com rigor estatístico, não são representativas da opinião de um grande grupo de pessoas. Mas algumas vezes - raras, é verdade - fazem perguntas interessantes. Com a que foi colocada hoje no saite do Estadão: "O reality show Big Brother (a quinta edição do programa chega a seu final na noite de hoje) é um grande sucesso de público, isso ninguém discute. Mas há polêmica quanto à divulgação do que ocorre no programa. Uns consideram o assunto jornalístico, outros não. Ou seja, você acha que o estadao.com deve publicar hoje quem foi o vencedor da disputa?". No momento em que visitei a página, o resultado era o seguinte: 71.92% dos votantes disseram que não, o Bg Brother não é assunto de jornal. Os outros 28.08% acreditam que o Estadão deve, sim, tratar como notícia o episódio final do programa. Vamos ver o que acontece na edição de amanhã do jornal.
domingo, 27 de março de 2005
Cornos do mundo, uni-vos!
"Com a monogamia, apareceram duas figuras sociais constantes e características, até então desconhecidas: o inevitável amante da mulher casada e o marido corneado. Os homens haviam conseguido vencer as mulheres, mas as vencidas se encarregaram, generosamente, de coroar os vencedores. O adultério, proibido e punido rigorosamente, mas irreprimível, chegou a ser uma instituição social inevitável, junto à monogamia e ao heterismo. No melhor dos casos, a certeza da paternidade baseava-se agora, como antes, no convencimento moral, e para resolver a contradição insolúvel o Código de Napoleão dispôs em seu artigo 312: 'o filho concebido durante o matrimônio tem por pai o marido'. É este o resultado final de três mil anos de monogamia".
O texto acima é de Friedrich Engels, o parceiro intelectual de Karl Marx, e está no livro "A origem da família, da propriedade privada e do Estado", publicado pela primeira vez em 1884. Engels descreve, entre outras coisas, a evolução do matrimônio. Ele argumenta que, nas sociedades mais antigas, um grupo inteiro de homens "casava" com um grupo inteiro de mulheres. Nesse sistema, quando nascia uma criança, não era possível identificar com precisão quem era o pai. A mãe era uma certeza, o pai, apenas uma presunção. No parágrafo acima, de forma surpreendentemente bem humorada, Engels afirma que, mesmo com a evolução para o casamento monogâmico na sociedade moderna, a essência da coisa não mudou tanto assim.
O texto acima é de Friedrich Engels, o parceiro intelectual de Karl Marx, e está no livro "A origem da família, da propriedade privada e do Estado", publicado pela primeira vez em 1884. Engels descreve, entre outras coisas, a evolução do matrimônio. Ele argumenta que, nas sociedades mais antigas, um grupo inteiro de homens "casava" com um grupo inteiro de mulheres. Nesse sistema, quando nascia uma criança, não era possível identificar com precisão quem era o pai. A mãe era uma certeza, o pai, apenas uma presunção. No parágrafo acima, de forma surpreendentemente bem humorada, Engels afirma que, mesmo com a evolução para o casamento monogâmico na sociedade moderna, a essência da coisa não mudou tanto assim.
sábado, 26 de março de 2005
Não precisa ler isto
Regra número um do "Manual sobre como passar um dia inteiro sem falar besteira": quando não tiver o que dizer, fique de boca fechada. É de fato muito arriscado começar a escrever alguma coisa quando não se tem o que dizer, mas não resisti a escrever uma nota começando por essa frase. Na verdade muita gente de talento escreveu coisas boas sem ter absolutamente nada a dizer. O segredo, talvez, seja a sinceridade. Admita que você não está discursando sobre coisa alguma. O escritor argentino Julio Cortázar fez um livro inteiro assim, nos anos 1950. Chama-se "Histórias de cronópios e de famas". A primeira das quatro partes do livro, intitulada "Manual de Instruções" traz coisas sensacionais como "Preâmbulo às instruções para dar corda no relógio":
"Pense nisto: quando dão a você de presente um relógio estão dando um pequeno inferno enfeitado, uma corrente de rosas, um calabouço de ar. Não dão somente o relógio, muitas fecilidades e esperamos que dure porque é de boa marca, suíço com âncora de rubis; não dão de presente somente esse miúdo quebra-pedras que você atará ao pulso e levará a passear. Dão a você um novo pedaço frágil e precário de você mesmo, algo que lhe pertence mas não é seu corpo, que deve ser atado a seu corpo com sua correia como um bracinho desesperado pendurado a seu pulso. Dão a necessidade de dar corda todos os dias, a obrigação de dar-lhe corda para que continue sendo um relógio; dão a obsessão de olhar a hora certa nas vitrinas das joalherias, na notícia do rádio, no serviço telefônico. Dão o medo de perdê-lo, de que seja roubado, de que possa cair no chão e se quebrar. Dão sua marca e a certeza de que é uma marca melhor do que as outras, dão o costume de comparar seu relógio aos outros relógios. Não dão um relógio, o presente é você, é a você que oferecem para o aniversário do relógio".
"Pense nisto: quando dão a você de presente um relógio estão dando um pequeno inferno enfeitado, uma corrente de rosas, um calabouço de ar. Não dão somente o relógio, muitas fecilidades e esperamos que dure porque é de boa marca, suíço com âncora de rubis; não dão de presente somente esse miúdo quebra-pedras que você atará ao pulso e levará a passear. Dão a você um novo pedaço frágil e precário de você mesmo, algo que lhe pertence mas não é seu corpo, que deve ser atado a seu corpo com sua correia como um bracinho desesperado pendurado a seu pulso. Dão a necessidade de dar corda todos os dias, a obrigação de dar-lhe corda para que continue sendo um relógio; dão a obsessão de olhar a hora certa nas vitrinas das joalherias, na notícia do rádio, no serviço telefônico. Dão o medo de perdê-lo, de que seja roubado, de que possa cair no chão e se quebrar. Dão sua marca e a certeza de que é uma marca melhor do que as outras, dão o costume de comparar seu relógio aos outros relógios. Não dão um relógio, o presente é você, é a você que oferecem para o aniversário do relógio".
quinta-feira, 24 de março de 2005
Avacalhação II
Há muitas maneiras estranhas de morrer. A edição de hoje do AN Capital, suplemento regional do jornal A Notícia em Florianópolis, conta uma delas. Matéria do colega Jéferson Lima, o Fifo, traz a história de uma aposentada de Palhoça, cidade nos arredores da capital, que cuidava de dezenas de animais em seu sítio por pura caridade. Trazia bois, vacas, porcos, gansos, cães e gatos, muitos doentes, dos sítios e fazendas da região, alguns prestes a serem sacrificados pelos proprietários, e os medicava. Ontem, dona Pasqualina de Jesus, de 60 anos, tratava uma vaca muito doente quando o animal morreu e desabou sobre a aposentada. Ela quebrou o pescoço e morreu por asfixia. Uma pessoa assim de bom coração não merecia um fim assim, digamos, avacalhado.
Avacalhação I
Depois de algum tempo sem aparecer por aqui, trago novidades. A foto que estava aí do lado, na qual este que vos escreve era flagrado cantando num karaokê, foi substituída pela caricatura - com assinatura e tudo - de autoria do colega jornalista, cartunista e chargista Zé Dassilva. O desenho foi feito para o convite de formatura da "Turmalina", a turma de formandos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em agosto de 1997. Como a turma só tinha figuras, o convite foi um álbum de figurinhas. As caricaturas de todos os formandos, aglomeradas na capa, eram repetidas individualmente na parte de dentro, numeradas. O convite vinha com uma coleção de pequenas fotos (as figurinhas) dos formandos para serem coladas sobre os desenhos. Criativo, não? A reprodução que está agora no blogue é uma ampliação da capa do convite. Achei que seria uma boa forma de "avacalhar" (no bom sentido) um pouco o visual do Bobagera.
quarta-feira, 2 de março de 2005
Rock na praia
A histórica segunda apresentação d'Os The Ruins Brothers, na Praia Grande, em Governador Celso Ramos (SC). Como na primeira, por ocasião do casamento do baixista Gian Ruin (à esquerda na foto, tocando guitarra), o show teve um motivo especial: o aniversário do vocalista Carlito Ruin, comemorado no último dia 26 de fevereiro. A formação contou com o guitarrista Arlen Ruin (na foto tocando baixo) e o baterista Jefe Boy Ruin. Como prometido, we rocked the beach.
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