Voltei ontem de uma curta viagem de estudos com minha turma de graduação em História da UFSC. Visitamos museus e arquivos históricos em Itajaí e Blumenau. Fez um calor do cão, ficamos num albergue fuleiro sem ar condicionado e com muitos mosquitos e o fato de eu ter quase o dobro da média de idade da turma não me fez sentir exatamente mais jovem. Mas apesar do cansaço, o passeio foi animador. Conheci gente que se empenha em projetos voltados para o conhecimento e a educação, num país que parece não dar muita bola para essas coisas. E com resultados interessantes, ainda que limitados e a despeito das dificuldades.
Comoveu-me o esforço do pessoal do arquivo histórico de Blumenau. O acervo foi totalmente destruído por um incêndio em 1958. Desde então, houve um intenso esforço junto a famílias, escolas e instituições da cidade para remontar tudo. Todo o projeto é pensado para facilitar o acesso dos pesquisadores aos documentos, com um intenso esforço de catalogação, digitalização, organização por temas e até um serviço rudimentar de consulta via internet. E o mérito parece ser da própria equipe do arquivo, apaixonada pelo que faz.
No interior de Itajaí, um grupo de pesquisadores, com apoio da prefeitura, está engajado na recuperação de uma antiga estação ferroviária, que será transformada num museu etno-arqueológico e num laboratório de pesquisa voltado para um trabalho com as escolas da rede municipal, envolvendo ainda a comunidade do entorno, no distrito de Itaipava. A Justiça local atrapalhou o projeto, atrasando em mais de um ano a obra de restauro, por conta de uma liminar obtida por uma empresa desqualificada na licitação. Mas eles não desanimam.
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