Um jornaleiro de Porto Alegre decide não vender mais as revistas Veja e Época, porque são "liberais". E confessa que tem como desejo ver os clientes da banca comprarem mais exemplares da Carta Capital, Caros Amigos e Reportagem.
Bela iniciativa, não? Tentar impedir que as pessoas leiam algo diferente do que você pensa. A ditadura militar fez a mesma coisa. Isso é tratar o público como idiota e não contribui em nada para a democracia. Quando achei que a Veja estava ruim demais, parei de comprar. É o suficiente. Quando encontro uma por aí, leio o que me interessa e separo o joio do trigo.
O leitor não é passivo, isso se pensava nos anos 1930, quando o nazismo usou estrategicamente os meios de comunicação de massa e os intelectuais de Frankfurt ficaram assustados. O leitor sempre filtra o que lê, de um modo ou de outro. Pode ler a Veja e concordar ou não com as idéias defendidas ali. Mas não querer que os outros leiam aquilo que você acha ruim só tem um nome: censura. Esse sujeito seria um bom censor.
Um comentário:
Tinha ouvido falar de alguém que não vendia mais Veja porque a revista estava conservadora demais. Mas você tem razão. Qualquer forma de censura não é bem-vinda. É por isso que sou anti-religião.
De qualquer forma, o que não falta é opção de banca, né?
A "caros Amigos" não é liberal?
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