Retornei ontem de uma viagem de estudos às ruínas de antigas reduções jesuíticas no Paraguai, Argentina e Brasil, os conhecidos 30 povos das missões. As reduções eram cidades fundadas e controladas por padres jesuítas entre o final dos anos 1600 e meados dos 1700, que chegavam a abrigar, cada uma, 5 mil guaranis. Apenas dois padres controlavam cada cidade, com o apoio de caciques locais. Foi um impressionante projeto de civilização, destruído pela força quando o êxito das reduções entrou em conflito com os interesses políticos e comerciais dos reinos de Portugal e Espanha. Comentei com um amigo que, para um interessado em história colonial, visitar esses lugares é como assistir a uma apresentação do Pink Floyd.
Visitamos três ruínas. A mais impressionante é a de Trinidad del Paraná, no Paraguai. Impressiona o tamanho da cidade de pedra e especialmente da catedral. Havia casas na área urbana para quase 900 índios, com mais 4 mil estimados na zona rural em volta. Na Argentina, visitamos a redução de San Ignacio Mini, também imensa e com suficientes ruínas remanescentes para dar uma boa idéia do que era o lugar. Finalmente conhecemos São Miguel Arcanjo (foto acima), no Brasil. As três têm uma boa estrutrura para receber turistas. O diferencial de São Miguel é o espetáculo Som e Luz, com vozes gravadas de autores globais e projeções de luz que fazem as ruínas contarem sua própria história - romanceada, é verdade - sob o céu estrelado e o frio da região de fronteira do Rio Grande do Sul.
Um comentário:
Muito legal, faz muito tempo que fui nas Missões, morro de vontade de voltar lá. Um beijo amiguinho... ah, beijokas na Cleia
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