A queda do Boeing 737-800 da Gol com 155 pessoas a bordo (149 passageiros, entre eles uma menina de 11 meses, e seis tripulantes) é o maior desastre aéreo já registrado no Brasil.
É cedo para fazer julgamentos, mas tudo indica que houve falha humana, e não do piloto da Gol. O Boeing colidiu com um jatinho Embraer Legacy voando em sentido contrário, com cinco passageiros (quatro americanos e um brasileiro). As duas aeronaves eram novas (o Boeing tinha 200 horas de vôo e o Legacy, 600).
O jatinho deveria estar voando mil pés (cerca de 300 metros) abaixo do Boeing no momento do acidente. Portanto, um dos aviões desrespeitou as normas de aviação. Voar mais alto significa viajar num ar mais rarefeito, o que proporciona mais velocidade com menor consumo de combustível. Aeronaves modernas como essas voam praticamente sozinhas quando estão lá no alto. E ambas têm sistemas anti-colisão (uma alarme que avisa a aproximação de outra aeronave). E é mais fácil desviar um pequeno jato do que um grande avião de passageiros. O piloto e os passageiros do Legacy, que sobreviveram, terão que se explicar.
sábado, 30 de setembro de 2006
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Star Trek
A série de TV Star Trek, conhecida no Brasil como Jornada nas Estrelas, acaba de completar 40 anos, em pleno vigor e cheia de filhos. Um bom texto para marcar a data é o assinado por Pedro Doria e publicado hoje no saite no mínimo. A tripulação da Enterprise (foto acima, recriada em versão digital), a nave comandada pelo capitão James T. Kirk e seus inseparáveis imediatos, o médico Leonard McCoy e chefe de ciências Spock S'chn T'gai (esse orelhudo aí abaixo, em foto da série original, mais conhecido como Dr. Spock), partiu em setembro de 1966, "em busca de novos mundos, novas civilizações, audaciosamente, onde nenhum homem jamais esteve". Dr. Spock era o único mestiço interplanetário da tripulação, filho de um príncipe vulcano e mãe terráquea, e o roteiro costumava explorar sua luta interna entre a natureza humana e vulcana.
O personagem marcou tanto o ator Leonard Nimoy que ele tentou livrar-se de Spock mais de uma vez. Quando a Paramount planejavam lançar um canal de TV e recriar a série, todos os atores da versão original aceitaram, exceto Nimoy. Acabou aceitando fazer um filme, que ganhou várias seqüências e pariu novas séries de TV. Nimoy chegou a fazer outros papéis, mas a sombra do personagem levou-o até a escrever um livro-desabafo: Eu não sou Spock. Recebeu tantas críticas dos fãs que escreveu outro para se explicar: Eu sou Spock. Acabou tornando-se roteirista das novas versões da série, depois da morte do criador do universo de Star Trek, Gene Roddenbery, em 1991.
Nimoy teve que aprender a conviver com Spock, assim como o personagem sofria a cada episódio para esconder a natureza metade humana sob o implacável racionalismo vulcano. "Spock, eu sei porque você não tem medo da morte", disse-lhe McCoy, durante uma discussão. "Porque tem medo da vida. A cada dia que vive corre o risco de errar e revelar seu lado humano". Spock concordou, educada e friamente, como um vulcano.
O personagem marcou tanto o ator Leonard Nimoy que ele tentou livrar-se de Spock mais de uma vez. Quando a Paramount planejavam lançar um canal de TV e recriar a série, todos os atores da versão original aceitaram, exceto Nimoy. Acabou aceitando fazer um filme, que ganhou várias seqüências e pariu novas séries de TV. Nimoy chegou a fazer outros papéis, mas a sombra do personagem levou-o até a escrever um livro-desabafo: Eu não sou Spock. Recebeu tantas críticas dos fãs que escreveu outro para se explicar: Eu sou Spock. Acabou tornando-se roteirista das novas versões da série, depois da morte do criador do universo de Star Trek, Gene Roddenbery, em 1991.
Nimoy teve que aprender a conviver com Spock, assim como o personagem sofria a cada episódio para esconder a natureza metade humana sob o implacável racionalismo vulcano. "Spock, eu sei porque você não tem medo da morte", disse-lhe McCoy, durante uma discussão. "Porque tem medo da vida. A cada dia que vive corre o risco de errar e revelar seu lado humano". Spock concordou, educada e friamente, como um vulcano.
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Não sei ganhar dinheiro. Bom para o HU
Abrindo um pouco de espaço no apartamento para a chegada do Xavier, separei uns 80 exemplares de livros para serem vendidos a um sebo ou diretamente a amigos interessados. Se cada um rendesse R$ 5, teríamos aqui uma receita de R$ 400. Não é nada, daria para comprar o carrinho de bebê e algumas fraldas, para quando o distinto herdeiro chegar, em março. Mas acabei convencido pela mãe do garoto a doar quase todos os livros (exceto uns poucos já reservado para amigos) à Associação Amigos do HU (AAHU). É um grupo de voluntários que arrecada dinheiro para melhorar o atendimento do Hospital Universitário (HU), ligado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O hospital é um dos maiores de Florianópolis e só atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A AAHU compra coisas como cobertores, cafeteiras e móveis para o hospital. Recentemente, conseguiram da Receita Federal até a doação de uma UTI móvel e do governo estadual (mesmo sendo um hospital federal) o dinheiro para a compra de um tomógrafo. O pessoal não é fraco. Para quem quiser colaborar, aqui está a lista dos livros que doei. Tem mais coisa boa por lá. O sebo fica no primeiro andar do Centro de Convivência, no campus da UFSC. Ao lado do sebo tem um brechó, também da AAHU, onde estão à venda uns discos de vinil que eu doei. Agora vou ter que arrumar dinheiro para o carrinho. Mas a Cléia vai fazer um curso de gestantes de graça no HU e não está descartado que faça o parto lá, já que o hospital é bom e perto de casa. Até de um ponto de vista egoísta, não é um dinheiro mal investido.
A AAHU compra coisas como cobertores, cafeteiras e móveis para o hospital. Recentemente, conseguiram da Receita Federal até a doação de uma UTI móvel e do governo estadual (mesmo sendo um hospital federal) o dinheiro para a compra de um tomógrafo. O pessoal não é fraco. Para quem quiser colaborar, aqui está a lista dos livros que doei. Tem mais coisa boa por lá. O sebo fica no primeiro andar do Centro de Convivência, no campus da UFSC. Ao lado do sebo tem um brechó, também da AAHU, onde estão à venda uns discos de vinil que eu doei. Agora vou ter que arrumar dinheiro para o carrinho. Mas a Cléia vai fazer um curso de gestantes de graça no HU e não está descartado que faça o parto lá, já que o hospital é bom e perto de casa. Até de um ponto de vista egoísta, não é um dinheiro mal investido.
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Negócio fechado
A RBS divulgou hoje comunicado oficial informando que assume integralmente no dia 1 de outubro o controle do jornal A Notícia, de Joinville. Era o último grande jornal de Santa Catarina que não estava sob o controle do grupo. O negócio foi acertado da sexta-feira, em Joinville, e fechado hoje, em Porto Alegre. Ainda hoje, o presidente da RBS, Nelson Sirotsky, fala a empresários de Joinville e amanhã aos funcionários do jornal. O novo editor-chefe é Nilson Vargas, ex-editor de outro jornal do grupo (Diário de Santa Maria, no Rio Grande do Sul) e com passagem pela revista Veja. Já trabalhou também no próprio jornal A Notícia.
sexta-feira, 22 de setembro de 2006
Ciência
Ando cada vez mais atraído pela divulgação científica. Bela matéria dentro dessa área saiu hoje no Estadão. A Universidade de Brasília (UnB), uma das mais conceituadas do país, abriu um curso de extensão onde cientistas de várias áreas investigam... a astrologia. A idéia é colocar os mapas astrais dentro de parâmetros inteligíveis para a ciência, de modo que esses parâmetros possa ser estudados e questionados por físicos, astrônomos, engenheiros, médicos e outros pesquisadores. Em resumo, permitir à ciência dizer, sem preconceito, se alguma coisa na astrologia faz sentido ou não. Pode parecer bobagem a muitos céticos, mas a mim pareceu um belo exercício intelectual. Cumprindo o que se espera do bom jornalismo, a reportagem traz também a visão de astrônomos que caem de pau no povo do horóscopo e acham um desperdício uma universidade pública investir nisso. A polêmica só enriquece o tema.
sexta-feira, 15 de setembro de 2006
Javalis
O jornal A Notícia publica hoje uma boa reportagem sobre a invasão da região Oeste de Santa Catarina por cerca de 8 mil javalis. Por transmitirem doenças a animais de criação, a presença dos javalis ameaça a produção agropecuária local, principal força econômica da região. Sem esperar autorização do Ibama, fazendeiros se armam para o abate dos animais selvagens, enquanto um agricultor adotou dois filhotes como bichinhos de estimação. O texto é de correspondente de AN em Chapecó, Luciano Alves.
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Mais blogues
A lista de blogues amigos acaba de ser renovada. No lugar dos que saíram, por desistência ou falta de atualização, entram recomendações de peso. Marcelinho Santos, sujeito apaixonado por cinema, publica seus comentários confortavelmente Da Poltrona. E Dauro Veras fala um pouco de tudo, sempre DVeras em Rede. Boa leitura.
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Xavier
Um dia vou lhe contar. Não vai ser bem desse jeito, eu acho, mas você vai ficar sabendo. No início eu tive medo e não deixei você vir. Tive medo de não ser bom o suficiente para ser seu pai. Sua mãe sempre teve certeza, sempre foi corajosa. Foi ela quem me convenceu. E aí eu entrei assim, meio desajeitado, tateando as paredes e tentando sentir o chão, na maior aventura da minha vida. Não é só uma maneira de dizer, não, por mais que pareça uma frase batida de discurso pronto. É exatamente, literalmente, precisamente isso. O maior desafio, o maior feito que eu poderia deixar no mundo. E tanta coisa não depende de mim. E tanta coisa eu tenho que aprender. Isso ainda me assusta um pouco. Vou fazer o melhor que puder. Espero que você me ajude e me ensine. Ainda falta meio ano para sua entrada oficial nesse mundo doido, mas você já dá sentido a tudo.
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
É MENINO!
Essa foi a grande novidade do ultra-som de hoje (precisa mais?). De resto, o rapazinho cresce saudável, já está com 14 cm e 140 gramas.
sábado, 9 de setembro de 2006
Pirenópolis
Conheci no fim de semana passado a pequena cidade de Pirenópolis, em Goiás, a menos de 150 quilômetros de Brasília. Lugarzinho muito legal. Povoado interiorano tradicional, Pirenópolis tem algo a ver com as cidades de colonização portuguesa do litoral catarinense. A Festa do Divino e as Cavalhadas são lá as principais festas populares, comemoradas com pompa, e a figura da cabeça de boi com os cornos floridos, emblema da Cavalhada, é onipresente. Mas não era época de nenhuma dessas festas e as atrações que conheci são outras. Ao mesmo tempo em que tem um povo muito católico e conservador, Pirenópolis atraiu há algumas décadas muitas comunidades de hippies, que se instalaram em sítios da região. Com a descoberta do turismo, nos anos 1980, e a recuperação do casario histórico colonial - a cidade já foi o centro de uma rica região de produção de ouro - outros imigrantes se misturaram aos antigos hippies e o povoado se transformou numa mistura de antigo e moderno. A rua do lazer, onde se concentram os bares e restaurantes, tem um pouco de tudo, em lugares pequenos, mas bonitos e aconchegantes. E os sítios em volta viraram destinos de ecoturismo muito procurados.
Duas atrações em particular me impressionaram bem. Uma delas é a igreja matriz. Construída no século 18, no auge do ciclo do ouro, foi restaurada em 1996 e quase completamente destruída por um incêndio em 2001. Por sorte, o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), é da cidade, o que certamente ajudou a captar recursos de grandes empresas e do próprio estado para uma nova restauração. A igreja foi completamente reconstruída e hoje abriga também um pequeno museu contanto como foi esse processo. Os técnicos tiveram que aprender a construír com adobe (técnica utilizada no século 18) para refazer a igreja como era antes. É impressionante a capacidade de isolamento térmico do adobe (argamassa a base de argila). Com um calor de quase 30 graus do lado de fora, a sensação dentro da nave principal da igreja é de que se está num ambiente com ar condicionado.
A outra atração é a Fazenda Vagafogo (o mesmo que vagalume, no linguajar local). O dono, Evandro, é um mineiro formado em Direito que nos anos 1960 foi hippie e foi morar numa comunidade alternativa na Bélgica, onde conheceu a atual mulher, também brasileira. Viajou por vários países e retornou ao Brasil nos anos 1980. Os dois conheceram Perinópolis (já um destino procurado por hippies), compraram uma fazenda e viraram pequenos agricultores, vendendo a produção em Brasília. Lá conheceram uma ONG, a Funatura, que os ajudou a transformar a fazenda em destino ecoturístico, há 15 anos, quando já tinham um filho adulto. Captaram recursos do governo britânico e da ONG WWF para construir um centro de visitantes. Metade da fazenda é de mata nativa e a outra metade produz frutas e gado. Arrumaram as trilhas e atraíram empresas que oferecem rapel, arvorismo e coisas do tipo. Mas a maior atração são os doces produzidos pela própria família com frutas do cerrado. Eles oferecem um brunch com a produção local que é barato e delicioso. E conseguiram tornar o negócio auto-sustentável. Além de tudo, são gente muito boa.
Duas atrações em particular me impressionaram bem. Uma delas é a igreja matriz. Construída no século 18, no auge do ciclo do ouro, foi restaurada em 1996 e quase completamente destruída por um incêndio em 2001. Por sorte, o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), é da cidade, o que certamente ajudou a captar recursos de grandes empresas e do próprio estado para uma nova restauração. A igreja foi completamente reconstruída e hoje abriga também um pequeno museu contanto como foi esse processo. Os técnicos tiveram que aprender a construír com adobe (técnica utilizada no século 18) para refazer a igreja como era antes. É impressionante a capacidade de isolamento térmico do adobe (argamassa a base de argila). Com um calor de quase 30 graus do lado de fora, a sensação dentro da nave principal da igreja é de que se está num ambiente com ar condicionado.
A outra atração é a Fazenda Vagafogo (o mesmo que vagalume, no linguajar local). O dono, Evandro, é um mineiro formado em Direito que nos anos 1960 foi hippie e foi morar numa comunidade alternativa na Bélgica, onde conheceu a atual mulher, também brasileira. Viajou por vários países e retornou ao Brasil nos anos 1980. Os dois conheceram Perinópolis (já um destino procurado por hippies), compraram uma fazenda e viraram pequenos agricultores, vendendo a produção em Brasília. Lá conheceram uma ONG, a Funatura, que os ajudou a transformar a fazenda em destino ecoturístico, há 15 anos, quando já tinham um filho adulto. Captaram recursos do governo britânico e da ONG WWF para construir um centro de visitantes. Metade da fazenda é de mata nativa e a outra metade produz frutas e gado. Arrumaram as trilhas e atraíram empresas que oferecem rapel, arvorismo e coisas do tipo. Mas a maior atração são os doces produzidos pela própria família com frutas do cerrado. Eles oferecem um brunch com a produção local que é barato e delicioso. E conseguiram tornar o negócio auto-sustentável. Além de tudo, são gente muito boa.
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Outra Brasília
É bom mesmo não ficar só com a primeira impressão. Mas um dia na cidade e conheci um outro lado de Brasília, o lado bom de viver numa cidade planejada, arborizada e com amplos espaços públicos. O Parque da Cidade, um dos maiores espaços verdes urbanos do mundo, é a praia dos brasilienses. Há uma pista de oito quilômetros para corrida, caminhada ou ciclismo, um lago e um centro de convenções. Deve ser em função de um espaço destes que Brasília tem tantos atletas chegando entre os primeiros lugares de maratonas disputadas país afora.
O sistema de superquadras torna fácil encontrar qualquer endereço dentro do Plano Piloto (o centro projetado por Oscar Niemeyer, em forma de avião). Muitas quadras residenciais têm suas próprias "prefeituras" que cuidam da manutenção das áreas comuns de lazer e paisagismo. E ainda há as belas paisagens do Lago Paranoá.
Acabei descobrindo que Brasília é um bom lugar para morar, apesar do preço alto dos aluguéis. A cidade só precisa de um sistema de transporte coletivo urbano mais eficiente. Talvez por ter sido construída com tantas facilidades ao automóvel, a capital de largas avenidas ainda não tenha um metrô para deslocamento dentro do Plano Piloto.
sábado, 2 de setembro de 2006
Brasília
Muita gente acha estranho passar férias na capital federal - e é mesmo. Mas há amigos na cidade com visita prometida há tempos e finalmente usei isso como desculpa para conhecer Brasília. Ainda não pude ver muita coisa, só um passeio cívico rápido pelo Memorial JK, Catedral, Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes. Coisa de turista. A primeira impressão foi de uma cidade bonita mas mal cuidada, com aspecto de uma imensa repartição pública. Mas o pôr-do-sol no Planalto Central é belo e as linhas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, mesmo sem polimento, não perdem totalmente o brilho. O tempo está bastante seco e quente, o que não contribui para tornar um passeio agradável. Nos próximos dias, mais descansado, pretendo conhecer melhor a capital.
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