A série de TV Star Trek, conhecida no Brasil como Jornada nas Estrelas, acaba de completar 40 anos, em pleno vigor e cheia de filhos. Um bom texto para marcar a data é o assinado por Pedro Doria e publicado hoje no saite no mínimo. A tripulação da Enterprise (foto acima, recriada em versão digital), a nave comandada pelo capitão James T. Kirk e seus inseparáveis imediatos, o médico Leonard McCoy e chefe de ciências Spock S'chn T'gai (esse orelhudo aí abaixo, em foto da série original, mais conhecido como Dr. Spock), partiu em setembro de 1966, "em busca de novos mundos, novas civilizações, audaciosamente, onde nenhum homem jamais esteve". Dr. Spock era o único mestiço interplanetário da tripulação, filho de um príncipe vulcano e mãe terráquea, e o roteiro costumava explorar sua luta interna entre a natureza humana e vulcana.
O personagem marcou tanto o ator Leonard Nimoy que ele tentou livrar-se de Spock mais de uma vez. Quando a Paramount planejavam lançar um canal de TV e recriar a série, todos os atores da versão original aceitaram, exceto Nimoy. Acabou aceitando fazer um filme, que ganhou várias seqüências e pariu novas séries de TV. Nimoy chegou a fazer outros papéis, mas a sombra do personagem levou-o até a escrever um livro-desabafo: Eu não sou Spock. Recebeu tantas críticas dos fãs que escreveu outro para se explicar: Eu sou Spock. Acabou tornando-se roteirista das novas versões da série, depois da morte do criador do universo de Star Trek, Gene Roddenbery, em 1991.
Nimoy teve que aprender a conviver com Spock, assim como o personagem sofria a cada episódio para esconder a natureza metade humana sob o implacável racionalismo vulcano. "Spock, eu sei porque você não tem medo da morte", disse-lhe McCoy, durante uma discussão. "Porque tem medo da vida. A cada dia que vive corre o risco de errar e revelar seu lado humano". Spock concordou, educada e friamente, como um vulcano.
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