Sim, eu estive no show de Paul McCartney em Porto Alegre no domingo à noite (7) e só consegui escrever algo sobre o assunto agora. Esse negócio de tirar férias acaba com o tempo da gente. Ainda bem que descansei um pouco também da mídia e não acompanhei debates no twitter sobre a vaia que recebeu a fã chamada ao palco para receber um autógrafo no braço ao dizer que era de Florianópolis. Xenofobia enche o saco - lá e cá - e não é assunto que deve se misturar à apresentação de um beatle.
Paul fez um espetáculo, interagiu com o público na medida certa. Entre 0s grande artistas que assisti ao vivo, só consigo comparar o show ao de Eric Clapton, que assisti em Florianópolis nos anos 1990 - ou será fim dos 80? - em Florianópolis, também num estádio de futebol. Mas era, ao menos em relação ao tamanho do público, um evento bem menor.
Assistir a um megashow como o de domingo pode parecer uma opção irracional. E é, de certa forma. Paga-se um ingresso caro para viajar 500 quilômetros, enfrentar horas e filas e ficar lá no meio do gramado, de onde a grande lenda do rock parece menor que um playmobil. Claro que existem os telões do tamanho de um edifício e o som ao vivo, mas a acústica de um estádio perde feio para qualquer home theater caseiro e a edição caprichada de um DVD - tenho um do Paul aqui em casa, por falar nisso, da turnê Back in the US, que é quase o mesmo show e exatamente a mesma banda - traz mais imagens e detalhes que qualquer apresentação ao vivo.
Mas há uma certa mágica que não entra nas gravações. Décadas de vida de um fenômeno deixam uma aura difícil de apagar. O baterista Abe Laboriel Jr., da banda de apoio de Paul, definiu bem numa entrevista o que mais o impressiona no ex-beatle. "Alguém que já fez tanto e ainda quer mais". Paul está com 68 anos, mais de 50 se passaram desde Yesterday, e se não tem mais aquela carinha de anjo, em nada parece cansado. É bom vê-lo no palco se divertindo tanto quanto o público, com uma espontaneidade difícil de duvidar. Valeu Paul, por tudo o que você fez e continua fazendo.
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