segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Caixa

A Ilha - tempestades

Parte 2

I

O padre Alfredo Schmitt esperava encontrar um homem rude, àspero, inculto e mal-educado. E o delegado César Pacheco esperava um homem de batina. O delegado federal usava terno e gravata, recebeu educada e amistosamente o jesuíta, pediu que se sentasse e ofereceu água, chá ou café. O religioso parecia mais um professor de escola - o que de fato era - do que um padre, vestindo calça jeans, uma camisa clara e óculos. Também parecia mais jovem do que imaginara o delegado.

- Antes de mais nada, padre, quero dizer que o senhor está aqui para nos ajudar nesse caso. Neste momento, não há qualquer suspeição pesando sobre o senhor ou sua ordem religiosa. Os padres inacianos são parte interessada na investigação e esperamos que nos ajudem. Fui claro?
- Muito claro, delegado. Confesso que isso me tranqüiliza. Nunca estive nessa situação e admito que, espero que o senhor não se ofenda, imaginei que poderia haver alguma hostilidade.
- Não se preocupe, estou habituado a isso. A primeira coisa que quero lhe perguntar é: o que exatamente havia naquela caixa?

Pode ter sido só um arrombamento...

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