sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Letra e música

Reforço o argumento de que as palavras potencializam sua capacidade de comunicação quando combinadas com outras formas de linguagem (música, imagens). 

Tudo bem, confesso que não é bem isso. Estou prendendo a mexer no
Blip e queria falar de uma banda de que eu gostava muito nos anos 1980. Mas o tal argumento continua valendo.

O Supertramp foi uma banda notável, mas parece ter ficado pelo caminho na lembrança dos que viveram os anos 80. É a impressão que tenho, pelo menos. A de que a banda britânica é muito menos lembrada que outros ícones da época. Talvez porque o Supertramp seja na verdade uma banda dos anos 1970. Seus melhores discos saíram entre 1974 e 1982.

Algo que me impressionava no Supertramp era a capacidade de comunicação que a banda conseguia imprimir nas melodias. Certo dia fiz um teste. Toquei num velho vinil From Now On para alguém que não entendia inglês e perguntei: "do que você ache que ele (o vocalista) está falando?" — e minha cobaia acerto todas.

Não é que advinhassem a tradução, obviamente, mas as respostas afirmavam com precisão o tipo de sentimento que a letra da música envolvia. Essa informação estava portanto, de algum modo, "traduzida" em cada parte da melodia. Algo do tipo "ele quer que alguém volte, ele está se despedindo, ele vai recomeçar algo". 

Nunca percebi tamanha "precisão" em outra banda.

Mas a música que escolhi para relembra o Supertramp é outra, uma das mais conhecidas da banda. Se não me engano, é do disco Famous Last Words, de 1982, talvez o melhor deles.

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