Nunca fui muito fã de esportes, embora assista a algumas partidas da Seleção Brasileira de Futebol e já tenha - nos tempos de Nelson Piquet e Ayrton Senna - levantado cedo em vários domingos para ver as provas de Fórmula 1. Nada que chegasse a virar um vício, no entanto. Uma vez visitei uma amiga no Rio de Janeiro e fiquei impressionado - até um pouco chocado, diria - com a forma como aquele pessoal leva o futebol a sério. Desfazem amizades e rompem com parentes por causa de um jogo. Num curto período que morei em São Paulo, eram comuns notícias de torcedores baleados por estarem usando a camisa de seu time depois de um partida entre rivais locais. Claro que esses são exemplos negativos mas, o que parece ser inegável, é que o esporte é capaz de canalizar uma energia tremenda, mover paixões. Isso sempre me impressiona. O que faz as pessoas torcerem e se interessarem tanto por uma ginasta ou um atleta de salto triplo que representam seu país nas Olimpíadas, quando sequer entendem as regras desses esportes? O que desperta sentimentos nacionais de simpatia e até adoração por atletas que há um mês eram completos desconhecidos? No Brasil, parece que só o esporte tem força suficiente para unir pessoas de forma tão rápida. Mas também serve para separá-las.
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