sexta-feira, 27 de agosto de 2004

Guerra, engenharia e história

A revista Nossa História, publicada pela Biblioteca Nacional, traz na edição de agosto uma matéria sobre a Guerra do Contestado, uma das últimas e maiores revoltas civis em território brasileiro, entre 1912 e 1916, mas pouco conhecida fora de Santa Catarina - e de certa forma, mesmo por aqui. O conflito ocorreu na região serrana do interior do Estado e levou a formação de pelo menos uma dezena de povoados rebeldes. A sedição em massa foi debelada pelo Exército com o auxílio de aviões, usados então pela primeira vez no Brasil como arma de guerra, depois de várias derrotas impostas às forças do governo pelos sertanejos. Estima-se que cerca de 10 mil pessoas tenham morrido no conflito. As características messiânicas da revolta, com a formação de "cidades santas", leva a comparação com Canudos, na Bahia, conflito ocorrido duas décadas antes e relatado no clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha. O texto da revista é assinado pelo professor Paulo Pinheiro Machado, do Departamento de História da UFSC, autor do livro Lideranças do Contestado: a formação e a atuação das chefias caboclas (1912-1916), recém-lançado pela Editora da Unicamp.





Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, construída entre 1922 e 1926.



A mesma edição da revista dedica uma página para tratar da necessidade de recuperação da Ponte Hercílio Luz, obra orçada em R$ 120 milhões. Patrimônio histórico nacional, prodígio de engenharia para a época, a ponte pênsil metálica de 800 metros foi inaugurada em 1926 e interditada ao tráfego em 1982, quando ameaçava ruir, depois de meio século sem manutenção. Até 1976 foi o único acesso rodoviário à Ilha de Santa Catarina, onde fica a maior parte do município de Florianópolis, inclusive o centro e a sede do governo do Estado. Desde que foi interditada, a ponte vem passando por reparos para amenizar as marcas do tempo. O piso de asfalto foi substituído por grades de aço, para aliviar o peso. Originalmente preta, a estrutura metálica foi pintada de prata, para refletir a radiação solar e reduzir os efeitos da dilatação provocada pelo calor. O governo do Estado planeja recuperar a ponte e reabri-la ao tráfego, mas o problema é o mesmo de sempre: dinheiro.

Um comentário:

Anonymous disse...

que bom que botaram isso vai me ajudar na pesquisa de geo.